Copa de 1982

Copa de 1982
Lembranças da Copa do Mundo de 1982: veja o artigo que escrevi sobre o melhor mundial de todos os tempos

sexta-feira, 20 de março de 2015

Exclusivo! Depoimento e Entrevista com Maurício Carrilho

Futebol de Botão, uma paixão do músico Maurício Carrilho

Botões para Sempre teve a honra de receber um belíssimo e generoso depoimento do violonista e compositor brasileiro, Maurício Carrilho. Um dos nomes mais respeitados no universo musical, Maurício Carrilho é filho do músico e flautista Álvaro Carrilho e sobrinho do lendário flautista Altamiro Carrilho. Além de violonista, Maurício também é arranjador, produtor musical e pesquisador da MPB. Como arranjador e violonista, trabalhou ao lado de grandes artistas da Música Popular Brasileira como Elizeth Cardoso, Chico Buarque de Holanda - grande botonista e fã do futebol de botão -, Nara Leão, Paulinho da Viola, entre outros. Apaixonado por futebol de botão e pelo seu time de coração, o Flamengo, Carrilho demonstra todo seu carinho pelo blog e pela arte de colecionar e jogar partidas com botões.
Maurício compõe regularmente e na "última vez que contei, tinha umas 750 músicas compostas, 90% instrumentais. Gravadas umas 80".

Paixão que sobrevive
Desde muito jovem, Maurício Carrilho sempre foi um apaixonado pelo 'jogo de botão', como as pessoas costumavam chamar na Cidade Maravilhosa. "Nasci em 1957 no Rio e, em 1962, ganhei uns botões da Estrela de meu pai. Jogávamos no chão do pequeno apartamento em Copacabana. Em 1965 mudamos para a Penha, um subúrbio de muitas histórias relacionadas à música brasileira, e lá tivemos espaço para uma mesa oficial. Era de 'eucatex', com alambrado de madeira pintado de branco e tinha pés desmontáveis presos na própria mesa.", salienta o músico.
Carrilho lembra que não existia, na época, botões tipo 'tampinhas de relógio' comercializados. "Encontrávamos botões belíssimos de galalite e madrepérola, que eram caros, e nos arranjávamos fazendo um tour pelas relojoarias, que existiam em grande número, pedindo tampinhas usadas que os velhos relojoeiros trocavam", conta. Assim sendo, ele foi tomando gosto pelas tampinhas. Segundo o músico, as de acetato de celulóide (amareladas), vindas de antigos relógios de bolso, eram as mais valorizadas.

O nascimento do blog 'Botões para Sempre'
O tempo passou e no auge do sucesso do Futmesa, Maurício já estava se casando e aposentando sua palheta. "Em meados de 2010, eu vivi um momento muito difícil na minha vida pessoal e você me fez conhecer os Brianezi, Crak´s, Crakes, Sportec, Champion etc, quando você resolveu criar o site, em novembro daquele ano. Posso te dizer que a recuperação de minha alegria contou com a sua ajuda. Sua paixão pelos botões, sua generosidade ao repartir os seu sonhos (a gente sonha jogando botão, né?), com seus leitores e seguidores, as histórias, as entrevistas, e o amor fiel aos seus Brianezi, acabaram também me contagiando", relembra.
Maurício acompanha diariamente o blog desde o início. "Acho que é, disparado, o melhor site de futebol de botão que existe. A ligação que você faz com o período romântico do futebol, brasileiro e internacional, é muito boa também", analisa ele.
Hoje o músico tem cerca de 1.000 times de botão. "Nunca vou me esquecer quando, já sabendo tudo sobre Brianezi graças aos ensinamentos do Mestre Bucci, peguei na mão o primeiro: um modelo 'duas faixas' da Brianezi, do Santos, que veio num lote comprado no site Mercado Livre", conta Carrilho.

Calcio de Botões
Botões para Sempre apurou que um dos campeonatos que Maurício Carilho vem organizando é o Calcio Italiano. "Como sou de tempo que não havia tampinhas oficiais à venda, desde cedo aprendi a fazer meus times com os mais diversos materiais: tampinha de relógio, pedaços de plástico derretidos, fichas de ônibus coladas com esmalte, casca de coco e tampa de desodorante (que ficam parecidos com os bolão Gulliver)", finalizou o músico.

Um pouco da coleção de Maurício:
Ascoli da saudosa Crak´s, do fundador Guilherme Biscasse
Bari da Brianezi com apenas 'escudo e número', pintado de uma cor só, típico dos modelos quando a empresa nasceu em 1972.
Um campeonato com apenas times búlgaros: da esquerda para a direita, o CSKA Sófia (o time do exército), Slavia Sófia, Lokomotiv Sófia e o Minyor Pernik.
Cesena, no estilo 'duas faixas', também da Crak´s antiga.
A Fiorentina, os primeiros modelos com faixas 'vazadas', da antiga marca Crak´s.
O Milan da Ki-Gol
O Modena, da edição de luxo, da Brianezi, botões especiais em celulóide importado, ou acrílico, do final dos anos 70, início dos 80, maiores e mais caros que os convencionais feitos com lentes geralmente de tamanho 50mm. Também encontrados em tamanho aproximado de 45mm.
Napoli da Terceira fase da Brianezi. Excelentes para se jogar na mesa.
O Padova, da Itália, com lentes Brianezi um pouco mais acrílica.
O belíssimo Palermo, de produção artesanal do próprio Maurício, da querida região da Sicília, Itália.

4 comentários:

  1. Um blog rico em informações e memórias dos melhores anos do futebol e dos botões. Uma inspiração para todos os botonistas nostálgicos. 'Botões para Sempre' é um blog à altura do seu nome!

    ResponderExcluir
  2. Grande Marco! Que legal que vc gostou! Agradeço suas palavras, se Deus quiser, em breve, mostrarei muita coisa legal, tanto em termos de botões, campeonatos, como o período romântico do futebol! abs Ricardo

    ResponderExcluir
  3. muito legal este blog. o futebol de botão nunca vai acabar. jogo desde os cinco anos (tenho, hoje, 54), e continuo jogando.Parabéns pelo trabalho! Reginaldo.

    ResponderExcluir
  4. Muito obrigado, Reginaldo! Fico feliz que tenha gostado, abs Ricardo

    ResponderExcluir