Copa de 1982

Copa de 1982
Lembranças da Copa do Mundo de 1982: veja o artigo que escrevi sobre o melhor mundial de todos os tempos

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Clube Atlético Juventus - Mooca - SP - Nostalgia pura da 'Era de Ouro' da Brianezi

Botões para Sempre traz o querido e tradicional Juventus da Mooca, feito pela saudosa fábrica de botões Brianezi, justamente no seu período conhecido como a 'Era de ouro', a fase mais romântica e áurea da empresa, isto é, no fim dos anos 70/início dos anos 80. Acompanhe a brilhante história do time cofundador da Federação Paulista de Futebol e que orgulha a imensa comunidade ítalo-brasileira presente em nosso país.
O time está totalmente 'zerado-zeradaço' Esta é a linguagem popular que frequentemente os colecionadores de botões utilizam. Como não gosto de usar gírias, o bom senso diz colocar na forma jornalística sempre 'entre aspas', prefiro dizer que o produto recém-adquirido está incólume, ou seja, super preservado pelo seu antigo dono, o senhor que colecionava estes botões Brianezi. Impressionante a cor e o brilho destas pequenas miniaturas de futebol. Posso colocar e pendurar na parede para decoração. Notem todo o brilho da cor grená do querido Juve da Mooca. Já se vão quase 40 anos de produção destes objetos e eles permanecem ilesos, conservadíssimos, sem um único  defeito. Parecem que saíram hoje mesmo do forno da saudosa fábrica Brianezi. Arrisco a dizer que são os botões mais conservados da segunda fase, com modelo 'duas faixas', de minha coleção.
Forza Juve da Mooca! Nos anos 80 tinha um Juventus que acredito ser da saudosa marca Sonaplast, de plástico, o time de Gatãozinho e Ataliba dava um trabalhão 'danado' e foi campeão de meu torneio com equipes tipo gulliver, somente de brinquedos. Hoje com a conquista deste maravilhoso esquadrão da Brianezi antiga, completo e com goleiro de pedra, seguramente o time voltará a brilhar 'para a eternidade' na mesa de 'Botões para Sempre'.
Só mesmo a família Brianezi, do seu fundador, o saudoso Paulo Brianezi, juntamente com seu filho Lúcio Brianezi, os maiores ícones e mestres do futebol de botão do Brasil para produzir este time. A fábrica ficava no Belenzinho, ao lado da querida Mooca. E, com certeza, a Brianezi tinha adoração por este time, o "Moleque Travesso". Segundo o mestre jornalista Claudio Carsughi, o Juventus da Mooca é o clube que mais se assemelha com a Itália no Brasil. Nos jogos do Juve, podemos reviver um pouco das saudades de nossos avós, como os famosos cannoli sicilianos, vendidos pelo Sr. Antonio nos jogos do time, as pizzarias e fábricas de macarrão do bairro, como a tradicional doceria "Di Cunto", entre outras. 'Mooca é Mooca'!

A postagem realizada pelo jornalista Ricardo Bucci, do blog "Botões para Sempre", é em homenagem ao torcedor fanático do Clube Atlético Juventus, o brilhante professor de língua portuguesa, Pasquale Cipro Neto
O professor Pasquale e sua paixão: o Juve da Mooca

O início de tudo

 Equipe e dirigentes do Cotonifício Rodolfo Crespi - anos 20

Fundado em 20 de abril de 1924 com o nome Cotonifício Rodolfo Crespi FC, resultado da fusão do Extra São Paulo FC com o Cavalheiro Crespi FC, tradicionais clubes de várzea do bairro da Mooca formado por empregados da fábrica de tecidos da família Crespi. Em fevereiro de 1930, a diretoria do clube resolveu mudar o nome da agremiação. Saía de cena o romântico Cotonifício e surgia o imortal Clube Atlético Juventus. A sugestão do novo nome partiu do Conde Rodolfo Crespi. As cores oficiais do clube, que antes eram vermelha, preta e branca, passam a ser grená e branca. No ano de 1934 é instaurado o profissionalismo no futebol, contudo o Juve da Mooca licencia-se das competições oficiais. Com a denominação de Clube Atlético Fiorentino - camisas grenás e uma flor de lis branca no peito como escudo - disputa o Campeonato Paulista Amador, promovido pela Federação Paulista de Futebol. Em 1935, o CA Juventus retorna e disputa o seu primeiro Campeonato Paulista da era do Profissionalismo.

O nome
A evolução dos escudos do clube da Mooca
O nome Juventus é uma homenagem à Juventus de Turim da Itália. A ideia partiu do cofundador da equipe, o benemérito empresário italiano Conde Rodolfo Crespi, que era originário da cidade de Busto Arsizio, província de Varese, e que acabara de regressar de viagem ao seu país de origem, onde (de passagem pela região do Piemonte) assistiu a uma partida da "A velha senhora" de Turim, com a qual de entusiasmou, levando-o a sugerir que a agremiação da Mooca passasse a se chamar Clube Atlético Juventus.
Juventus provém do Latim e significa Jovem. A letra "J" não é considerada parte do alfabeto padrão da língua italiana. Porém no caso da Juventus de Turim, seu nome começa com tal letra, porque o "J" é usado no dialeto piemontês; língua falada na região.

O uniforme
Originalmente, os diretores pretendiam usar as mesmas cores do uniforme da Juventus da Itália - preto e branco. Este fato criou um impasse, pois grande parte dos filiados dessa divisão - Corinthians, Santos, Ypiranga e outros - já ostentavam estas mesmas cores. Diante dessa situação, o CA Juventus, sem opção, procurou não aderir às cores já existentes, muito menos as suas cores tradicionais: o preto, vermelho e branco, cores estas também adotadas pelo extinto São Paulo da Floresta e S.C Internacional. Procurou-se então uma cor sem semelhantes em São Paulo e por sugestão de seu maior benfeitor, o Conde Crespi, o clube optou pelas cores 'grená e branco', cuja semelhança tratava-se justamente da outra equipe do Piemonte, o Torino Football Club, principal rival da "Vecchia Signora".
Camisa de 1972, coleção de Hamilton, do blog 'Manto Juventino'. Uniforme usado pelo ex-jogador Brida, numa excursão a Grécia, nos anos 70.
Matéria de minha coleção particular de revistas italianas da 'Guerin Sportivo', de 1988

1930 - Surge o apelido "Moleque Travesso"
No dia 14 de setembro de 1930, um fato marcante entraria para sempre na história do CA Juventus. Disputando pela primeira vez a elite do futebol profissional, o "Garoto", como o Juventus era apelidado pelo jornalista italiano Tomás Mazzoni - surpreendeu a todos ao vencer a forte equipe corintiana em pleno Parque São Jorge por 2 a 1, gols marcados por Nico e Piola. Nascia ali um fanatismo, um apelido e um mascote para o clube. Surgia a mística do "Moleque Travesso", imortalizada nas palavras do inesquecível jornalista esportivo Mazzoni, que batizou o feito do novato time da Mooca como sendo: "Uma travessura de um moleque, que ousou vencer um gigante, em seus próprios domínios".
"Moleque travesso", o mascote

O estádio: a famosa Rua Javari
O estádio Conde Rodolfo Crespi (popularmente conhecido como Estádio da Rua Javari ou simplesmente Rua Javari) é o palco de futebol onde o CA Juventus manda seus jogos. Fica localizado no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo. Construído em 26 de abril de 1925, inaugurado em 10 de novembro de 1929 e adquirido da família Crespi pelo Juventus em 1967, atualmente possui capacidade oficial para 4.004 pessoas, no entanto já registrou a presença de 15 mil torcedores. A marca aconteceu num jogo onde o Juve perdeu de 3 a 1 para o Corinthians, no dia 13 de julho de 1941, quando houve a reinauguração do estádio devido à construção das arquibancadas de concreto e tribunas, as quais se mantém até os dias de hoje.
crédito: antigo 'Jornal Sport Ilustrado' - 1941
Curiosidade:
Quem entra no estádio da Rua Javari vê logo na entrada um busto de Pelé. A homenagem faz referência a uma data histórica do estádio do Juventus. Foi há mais de 50 anos, no dia 02 de agosto de 1959, quando o rei Pelé fez o gol considerado o mais bonito de sua carreira. Ele jogava pelo Santos, em uma partida contra o Juve pelo Paulistão. O Santos vencia por 3 a 0, quando Dorval passou a bola pro Pelé, que se livrou da marcação de Julinho, deu três chapéus e marcou de cabeça. Pra comemorar, deu o famoso 'soco' no ar.

Fotos Históricas
1940
1950: em destaque, Julinho Botelho
1960
Anos 60
O Juve 60´s com 'duas torres' ao fundo, na Mooca, em um dos últimos jogos do mineiro Lima pelo "Moleque Travesso". Logo, ele iria para a Vila Belmiro e entraria para a história. Em pé: Diógenes, Homero (ex-Corinthians), Lima, Pando, Clóvis, Morais e o massagista Luis. Agachados: mascote Pasquale Cipro Neto, Amaral, Zeola, Orlando, Cássio (mora na Bélgica), Torres e o outro mascote Afanasio Jasadji.
1972
1973
1974
1975: reparem nas lindas camisas dos anos 70!
Ídolos dos anos 70 e 80
1974
1977
1978 para imprimir nos botões: arte do saudoso amigo Alessandro di Caprio, 'Tribuna do Botão'
1981: quem não lembra do poderoso ataque com Gatãozinho, Ataliba, Geraldão e Wilsinho!
Juventus, campeão brasileiro da Taça de Prata de 1983
Revista Placar com a foto oficial, na matéria da publicação, do time campeão de 1983 (Taça de Prata)O time começou o ano credenciado a disputar a Taça de Ouro junto aos mais tradicionais times do Brasil. Mas acabou rebaixado para a disputa da Taça de Prata e poucos poderiam imaginar que aquilo se tornaria no maior feito da história do 'Moleque Travesso'. Após eliminar Itumbiara, Galícia e Joinville, o Juve chegou ao final da competição contra o CSA, de Alagoas. O caneco veio após derrotar a equipe alagoana em maio de 1983 por 1 a 0, gol de Paulo Martins, no estádio do Parque São Jorge.
A equipe campeã brasileira de 1983 sob o comando do técnico Candinho.
A camisa oficial de 1983, da Adidas, do colecionador Jorge, do RJ.
1986: campeão do Torneio Início
O Juventus registrou um feito histórico no Torneio Início do Paulistão de 1986. A equipe comandada por Candinho empatou todas as quatro partidas que disputou por 0 a 0, avançando no torneio ora nas disputas por escanteios, ora nas penalidades. Na decisão diante do Santo André, realizada no Pacaembu, o goleiro Barbiroto decidiu o título a favor dos grenás ao defender dois pênaltis!
Gil e Adiel comemoram mais um gol na brilhante campanha de acesso para a A2 do Paulistão deste ano.

2015
Fontes de pesquisa: Site oficial do Juventus, blog Manto Juventino, site Cacellain, Site Gazeta Esportiva - Press, Terceiro Tempo - Milton Neves, Guerin Sportivo, Sport Ilustrado, Revista Placar.

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